Open Everything: o que é e qual o impacto no setor financeiro?
Após a evolução do Open Banking para o Open Finance, chega um novo conceito, o Open Everything. Trata-se de uma tendência que acredita no compartilhamento e na integração de diferentes fontes de dados para serem reutilizados, trocados e combinados a fim de gerar diversas melhorias para empresas e pessoas.
O objetivo por trás dessa prática é ir além do setor bancário, envolvendo também diversos outros segmentos, tais como saúde, educação, energia e telecomunicações.
Imagine, por exemplo, os dados de médicos de uma pessoa acessados rapidamente pela equipe de um determinado hospital, ainda que ela nunca tenha estado no local antes. Certamente, o atendimento será muito mais preciso, livre de potenciais falhas, ao passo que o suporte prestado à sua saúde tende a ser muito mais dinâmico e eficiente.
Da mesma forma que o conceito Open Everything pode melhorar essa área, tem potencial para gerar a criação de vários outros modelos de negócios e melhorar a experiência dos clientes que utilizam os serviços de diferentes áreas econômicas.
Porém, para isso acontecer, é preciso enfrentar alguns obstáculos. Veja quais são, o impacto do compartilhamento amplificado de dados e as vantagens que essa tendência poderá gerar.
O que é Open Everything?
O Open Everything é um conceito que defende o compartilhamento generalizado de dados entre diversos setores da sociedade. Essa filosofia acredita que estender a abertura de informações entre vários segmentos pode melhorar a oferta de produtos, serviços e, por fim, aprimorar a atuação das empresas e a experiência dos clientes.
Tudo isso é possível por meio de APIs padronizadas, que podem ser definidas como soluções que viabilizam a comunicação entre diferentes sistemas. Basicamente, é o mesmo princípio usado no Open Banking — atualmente, Open Finance.
Entretanto, no caso das APIs financeiras, elas são usadas apenas para o compartilhamento de dados relacionados a esse setor, tais como histórico bancário e financeiro, a partir do consentimento expresso do titular.
Já no Open Everything, essa dinâmica se estenderia para outras áreas, permitindo não somente o compartilhamento, mas também a reutilização e combinação de dados, gerando novas bases de consultas, muito mais completas, dinâmicas e precisas.
Aproveite e leia também: “API para sistema financeiro: como pode ajudar seu negócio?“
Quais as vantagens do Open Everything?
Antes de falarmos dos pontos positivos desse conceito, vale destacar que ele ainda está em desenvolvimento e, para ser usado definitivamente, precisa enfrentar alguns obstáculos que detalharemos mais adiante.
Uma vez que essas questões forem solucionadas, o Open Everything tem grande potencial para trazer diversas vantagens tanto para as empresas quanto para quem utiliza os produtos e/ou serviços oferecidos por elas.
Na lista com os benefícios que mais se destacam, estão:
- estímulo ao surgimento de novos modelos de negócio;
- melhora da experiência do cliente;
- aumento da transparência dos processos;
- democratização de ofertas.
Confira os detalhes!
1. Estímulo ao surgimento de novos modelos de negócio
A partir do acesso amplificado aos dados, as companhias têm a chance de desenvolver soluções muito mais inovadoras e alinhadas com as necessidades e expectativas do público-alvo que pretende alcançar.
2. Melhora da experiência do cliente
A melhora da experiência do cliente é um dos reflexos da vantagem anterior, visto que os produtos e/ou serviços poderão ser muito mais personalizados, visto que seus idealizadores saberão exatamente o que as pessoas precisam e esperam que seja entregue a elas.
3. Aumento da transparência dos processos
O acesso facilitado aos dados, os quais poderão ser facilmente consultados e terem suas validades confirmadas, é um dos pontos-chave da transparência nesses processos.
4. Democratização de ofertas
Esse novo conceito aumenta a competitividade entre as empresas, dando ao público a possibilidade de migrar facilmente entre aquelas que oferecem as melhores soluções para seus problemas.
Não deixe de ler: “O que é Open Insurance? Entenda o conceito, como vai funcionar e se vale a pena“
Qual pode ser o impacto do Open Everything nos setores?
Obviamente, o principal objetivo desse conceito é gerar para os negócios e seus clientes diversos benefícios, como esses que acabamos de citar. Entretanto, para isso, existem alguns impactos não tão positivos que precisam ser enfrentados antes.
Assim como foi bastante discutido no início do Open Banking, antes mesmo de se tornar o Open Finance, é essencial considerar questões éticas, de privacidade e, principalmente, de segurança.
O atendimento à LGPD, Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, por exemplo, é uma conformidade indiscutível para a implementação deste conceito, especialmente considerando que vários setores “conversarão” entre si.
Por esse motivo, as empresas que aderirem a ele deverão garantir que os dados de seus clientes serão mantidos com a máxima segurança e somente serão usados após sua expressa autorização. Essa anuência, por sua vez, deve ser conquistada a partir da explicação clara de como essas informações serão utilizadas, tratadas e armazenadas.
Dica! Descubra como é contar com uma empresa que te coloca em conformidade regulatória assistindo a este vídeo.
O que pode mudar no setor financeiro com o Open Everything?
Desde que o Open Banking foi lançado, o setor financeiro brasileiro vem notando, gradativamente, os benefícios do compartilhamento de dados.
Agora, três anos depois e sob o nome de Open Finance por conta a maior abrangência, esse sistema já tem mais de 42 milhões de compartilhamentos ativos, segundo dados do Banco Central divulgados em uma matéria do site Exame Future of Money.
Esse número coloca o Brasil em posição de liderança frente a todos que já aderiram a esse conceito, até mesmo os que lançaram o Open Banking antes, a exemplo do Reino Unido.
A inclusão do Open Everything a esse cenário contribuiria para o rompimento de diversas barreiras ao possibilitar, por exemplo, a formação de parceria entre negócios que não fazem parte do mesmo setor, mas que atendem o mesmo público-alvo.
Isso levaria à expansão das marcas, maior presença de mercado e, também, potencial para aumentar a receita de ambas as companhias.
Outra possibilidade seria esse conceito potencializar o uso do Banking as a Service e deixar ainda mais fácil a entrada de negócios que não são nativos do mercado financeiro no setor.
Essa forma de uso viria do reaproveitamento de dados que já estão em suas bases e que seriam usados para viabilizar o desenvolvimento de produtos e serviços financeiros próprios.
Até que todas essas oportunidades fiquem mais claras, entenda um pouco melhor como funciona o compartilhamento de dados no setor financeiro lendo este artigo: “O que é Open Banking? Entenda o papel das fintechs nesse ecossistema“
Assine nossa newsletter
Receba os melhores insights diretamente na sua caixa de entrada para construir jornadas de pagamento e experiências bancárias que impulsionam o seu negócio.