Bancos de varejo: o que são? E quais as vantagens do modelo?
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Bancos de varejo são instituições que realizam transações e que oferecem produtos e serviços financeiros diretamente para os seus consumidores, ou seja, para pessoas físicas.
Na rede varejista, a ideia de agregar esse tipo de solução tem ganhado cada dia mais força e adeptos.
Empresas como Casas Bahia, Ponto Frio, Riachuelo, Magazine Luiza, entre outras, já são conhecidas do público por seus cartões e conta digital com a própria marca, ambos criados especialmente pensando no perfil dos seus clientes.
O iFood, empresa líder em delivery de alimentos, também seguiu essa linha e lançou o chamado “banco dos restaurantes”, um banco digital criado para atender exclusivamente aos donos de estabelecimentos comerciais cadastrados na sua plataforma.
Mas por que os varejistas estão cada vez mais interessados em lançar os seus próprios serviços e produtos financeiros? Quanto esse tipo de oferta beneficia o negócio e o público atendido?
O que são os bancos de varejo?
Bancos de varejo são instituições criadas por empresas varejistas que oferecem produtos e serviços financeiros diretamente para os seus clientes (consumidores finais).
Semelhante aos bancos tradicionais, os bancos de varejo no Brasil disponibilizam para pessoas físicas as mais variadas soluções bancárias, por exemplo:
- conta digital;
- cartão de crédito;
- cartão pré-pago;
- cartão de débito;
- empréstimos.
Como um banco de varejo funciona?
Um banco de varejo opera de maneira similar às demais instituições financeiras e de pagamento existentes. Ou seja, de acordo com o leque de produtos e serviços fornecidos, os clientes podem realizar diversas atividades bancárias.
A grande diferença que pode ser citada aqui é que a base de criação desse tipo de banco é uma rede varejista. Isso significa que todos os produtos e serviços financeiros criados e entregues pertencem diretamente a essa empresa, e não a um banco do modelo tradicional.
Aproveite e assista a este vídeo para conhecer como funciona o Banco dos Restaurantes, criado por meio da plataforma de banking da Zoop para a conta digital do iFood.
Qual o papel das fintechs nos bancos de varejo?
As fintechs são startups tecnológicas voltadas para gerar soluções que melhorem a prestação de serviços e produtos financeiros no mercado, além de, consequentemente, impactar na melhoria da experiência dos clientes e usuários desses serviços.
Não por acaso vemos diversas fintechs mudando os rumos de diversos setores do mercado financeiro e fazendo com que todo esse ecossistema busque se readaptar para continuar moderno e competitivo.
Como as fintechs atuam no mercado?
As fintechs atuam como empresas autônomas que oferecem serviços exclusivos para seus clientes, como: bancos digitais, corretora de investimentos, cooperativas de crédito, apps de gestão financeira etc. Elas também funcionam como plataformas de serviços para serem terceirizadas em outras empresas. Isso é o que chamamos de fintech as a service.
Um banco de varejo, por exemplo, enquadra-se nesse segmento do mercado de tecnologia. Mais especificamente, esse nicho pode ser chamado de Banking as a Service.
A ideia aqui é basicamente essa: a fintech desenvolve uma plataforma que implementa toda a estrutura de um banco digital em uma empresa do segmento varejista.
A partir disso, esses negócios podem oferecer serviços bancários exclusivos e de forma autônoma para impulsionar a fidelização com condições comerciais exclusivas para os clientes.
Qual a proposta por trás dos bancos de varejo no Brasil?
Os bancos de varejo, criados por esse segmento, têm a proposta de oferecer soluções para atender de maneira mais precisa e completa ao seu público.
Trata-se de ir além da venda de produtos e agregar serviços que vão melhorar não só a jornada de compra do cliente, mas também o seu dia a dia.
Os bancos de varejo têm uma grande vantagem quando comparados aos bancos tradicionais: a proximidade com o cliente.
Esse relacionamento mais estreito permite conhecer as dores e as necessidades do público de maneira mais clara e profunda. Com isso, as empresas varejistas conseguem criar e entregar soluções financeiras que realmente mudam a vida dos seus consumidores, além de agregar mais valor à sua marca.
Essa forma de atuação dos bancos do varejo também contribui para promover a inclusão financeira colaborando, assim, com o processo de bancarização.
Dica de leitura: “Banco digital para empresas: quais as vantagens e como se tornar um?”
Banco de varejo x banco de atacado: o que difere essas duas instituições?
Para falarmos sobre as diferenças entre banco de varejo e banco de atacado, precisamos, primeiro, definir o que contempla cada uma dessas instituições financeiras.
Dessa forma, assim como dissemos logo na abertura deste artigo, os bancos de varejo são voltados para a oferta de produtos e serviços financeiros para pessoas físicas.
Nesse cenário, entram as instituições criadas por redes varejistas, que criam e fornecem soluções direcionadas especificamente para atender às dores do seu público-alvo, que é o consumidor final da marca.
Já os bancos de atacados são voltados para pessoas jurídicas, por conta disso, seu atendimento inclui grandes empresas, agências do governo, entre outras corporações de grande porte.
Com essas definições em mente, fica mais fácil entender o que difere um banco de varejo de um banco de atacado.
Serviços oferecidos
Em linhas gerais, os produtos e serviços oferecidos por um banco de varejo incluem os relacionados à oferta de uma conta digital, ou seja:
- cartão de débito, de crédito e/ou pós-pago;
- conta corrente;
- conta poupança;
- empréstimos;
- financiamentos;
- transferências via TED, DOC e/ou Pix;
- aplicações, entre outros.
O banco de atacado, por sua vez, vai muito além dessas ofertas, incluindo também soluções como:
- financiamento para capital de giro;
- linhas de créditos diversas;
- consultorias financeiras;
- serviço de conversão de moedas fiduciárias;
- estrutura financeira para fusões e aquisições (M&A);
- gestão de passivos, tais como factoring e confirming;
- gestão de ativos fixos, por exemplo leasing e renting.
Fluxo financeiro movimentado
No que se refere ao fluxo financeiro dessas instituições, um banco de varejo tem como característica a movimentação de poucos fundos provindos de muitos clientes.
Na prática, isso significa que, apesar do alto número de usuários que é possível encontrar em um banco desse formato, o percentual transacionado por cada um deles é relativamente baixo, especialmente se comparado ao movido pelos clientes dos bancos de atacado.
Dessa forma, um banco de atacado segue o caminho oposto. Comumente, uma instituição desse tipo lida com um número menor de clientes, entretanto, o montante movimentado pode eles é significativamente maior e mais expressivo, visto que se trata de fundos gerados por grandes empresas.
Funcionamento
Um banco de varejo é criado com o propósito de atender de maneira específica e pontual as dores dos clientes (pessoas físicas), especialmente aquelas que não são supridas pelos bancos tradicionais.
Por essa razão, tudo o que é desenvolvido e entregue visa resolver os principais problemas financeiros desses usuários.
Por exemplo, empréstimos e financiamentos têm juros diferenciados, compatível com o perfil e com a capacidade financeira desses consumidores, e isso inclui as taxas praticadas, quantidade de parcelas e até mesmo os requisitos necessários para a obtenção desses valores.
Um banco de atacado também visa atender pontualmente as necessidades dos seus clientes. No entanto, tudo é feito em proporções maiores. Inclusive, essas instituições podem conceder empréstimos a outros bancos, em um modelo de negociação denominado “mercado interbancário”, condição que envolve a movimentação de valores extremamente altos.
Fonte de rentabilidade
Uma das principais fontes de rentabilidade de um banco de varejo vem da cobrança de taxas e tarifas pelo uso dos serviços oferecidos. Aqui estamos falando de, por exemplo, valores relativos aos cobrados para realização de transferências bancárias, anuidades de cartão de crédito, entre outros similares.
Já o banco de atacado costuma ter como fonte de lucro os juros cobrados pelo fornecimento de empréstimos e financiamentos, serviço que costuma ser o carro-chefe dessas instituições.
Não deixe de ler este artigo: “Crédito fumaça: como funciona a linha de crédito para empresas com garantia de recebíveis?“
Quais as vantagens dos bancos de varejo para empresas e clientes?
Entre as vantagens para o público, os bancos de varejo ajudam a desburocratizar processos. Um bom exemplo são as redes varejistas que trabalham com empréstimos.
De modo geral, basta o cliente ir até uma das lojas e solicitar o serviço. Atendendo às condições impostas pela marca, o dinheiro é retirado na hora, no próprio caixa da loja.
Outra vantagem diz respeito ao horário de atendimento. Nos bancos de varejo no Brasil os clientes têm acesso a diferentes transações além do horário bancário tradicional, incluindo finais de semana e feriados, se a loja estiver aberta nesses dias.
Além desses pontos, a proximidade de relacionamento e a confiabilidade que se tem com as redes varejistas dá a esse público acesso facilitado a diversos serviços, ao contrário do que geralmente acontece nos grandes bancos.
Já para as empresas que agregam soluções financeiras ao seu portfólio e se tornam bancos de varejo, as vantagens que mais se destacam são:
-
- oferta de produtos aderentes que contribuem para a fidelização dos seus clientes;
- aumento no seu poder de atração, ajudando a conquistar novo público;
- ganho de um diferencial competitivo;
- geração de novas oportunidades de venda;
- obtenção de uma nova fonte de receita.
Como os bancos de varejo podem aprimorar os seus serviços?
Em uma entrevista para a Folha de São Paulo, Gustavo Gawryszewski, gerente de produtos da Zoop, comentou que as soluções financeiras no varejo crescem conforme as empresas identificam a necessidade de apresentar aos seus clientes um diferencial.
E quando falamos em diferencial, é preciso considerar que uma maneira de promover a adesão à oferta que está sendo feita é realmente entregando algo de valor ao cliente.
Como mencionado, as empresas varejistas têm a vantagem de ter dados que permitem conhecer de maneira profunda o comportamento e perfil de consumo do seu público. Com isso, conseguem oferecer-lhes os produtos certos.
Somado a esse ponto, o Open Banking é outra solução que tem tudo para contribuir para que os bancos de varejo aprimorem ainda mais os seus serviços.
Além de contar com a sua própria base de informação, o compartilhamento de dados e informações bancárias permite a essas empresas conhecerem a relação que os seus clientes têm com outras instituições e organizações.
Isso possibilitará, por exemplo, a realização de uma análise de risco de crédito mais precisa e rápida, bem como conhecer os produtos que o cliente usa e oferecer soluções com condições melhores, a fim de atraí-lo para a sua base.
Não deixe de ler: “Open Banking do Banco Central: aceleração do crescimento das empresas por meio da tecnologia”
Qual o futuro dos bancos de varejo no Brasil?
Todo o conceito de bancos de varejo é baseado no chamado embedded finance. Consiste em incluir soluções financeiras próprias ao portfólio de empresas que não fazem parte desse segmento.
Em outras palavras, são empresas que não têm o seu core business no mercado de serviços financeiros, mas, a fim de atender de maneira mais completa as necessidades do seu público, passam a trabalhar com produtos e meios de pagamento próprios.
Considerando ser um modo de atuação bastante promissor, a tendência é que os bancos de varejo ganhem cada vez mais espaço.
Um dos principais motivos é que essa oferta se tornou um canal de democratização desses serviços, atendendo especialmente a população de baixa renda.
Em entrevista dada para a Zoop, André Calabro, diretor executivo da Via Varejo, empresa responsável pelas Casas Bahia, comentou:
“Esse setor tem uma responsabilidade e uma oportunidade muito grande de trazer essas pessoas que hoje estão fora do sistema financeiro e poder proporcionar serviços que façam diferença na vida delas”
Confira a entrevista completa, e opinião de outros especialistas sobre as oportunidades em serviços financeiros embarcados, assistindo a este vídeo:
Como se tornar um banco de varejo no Brasil?
Ainda que muitas redes varejistas estejam solicitando ao Banco Central permissão para atuarem como banco, como foi o caso do Carrefour, a parceria com as fintechs é um dos caminhos mais indicados para que essas empresas adentrem nesse mercado de forma rápida e simplificada.
Isso acontece porque as startups de serviços financeiros facilitam a entrada de novos players no setor, com a entrega de soluções White Label, ou seja, que levam a marca da empresa, praticamente prontas para uso.
A Zoop, por exemplo, é uma fintech as a service que, entre as suas soluções oferece o Zoop Banking, plataforma Banking as a Service que permite que qualquer empresa, de qualquer segmento e porte, crie e entregue para seus clientes um verdadeiro e completo banco digital, levando a sua própria marca.
Com o Zoop Payments você cria um banco digital próprio, direcionado pontualmente para o atendimento das dores do seu público-alvo, libertando a sua empresa e seus clientes das regras estabelecidas pelos modelos bancários tradicionais.
Conta digital, cartão pré-pago, transferência de valores entre contas, pagamento de contas, taxas e boletos, entre outros, são apenas alguns exemplos dos produtos e serviços financeiros que você pode oferecer aos seus clientes.
Quer saber, em detalhes, como tudo isso funciona? Então entre em contato agora mesmo com um dos especialistas da Zoop.
Zoop, tecnologia para os serviços financeiros do futuro.
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